outubro 31, 2005

because charity can be scary...

and because it's halloween: NORTH AMERICAN HALLOWEEN PREVENTION INITIATIVE.

more info about this charity project from UNICEF with the participation of several big names in music (Arcade Fire - yeah!!!, Beck, Feist, Devendra Banhart, among others...) can be found here. and you can actually buy the song...

outubro 30, 2005

the beauty of manual labour

as mãos ásperas de cumprir os rituais típicos. o encher do compartimento, a progressiva transformação do líquido em vapor à medida que os tecidos se vergam à vontade superior por detrás do instrumento. os movimentos precisos na sua lentidão, acariciando as modernas folhas de videira do éden. imagina-se num estúdio de cinema, tratando do guarda-roupa de mais um filme. como se o sucesso do mesmo dependesse inversamente da quantidade de vincos presentes no grande ecrã. como se dependesse única e exclusivamente do seu singelo trabalho.

sem tempo a perder, lança-se à próxima tarefa. hercúlea no passado, familiar no presente. as lágrimas correm-lhe sempre pela face no início, independentemente de se sentir triste. uma simples reacção fisiológica ao composto emanado aquando do corte. mas lá dentro, é muito mais que isso. é uma forma de lançar para o mundo a tristeza que guarda ao longo da semana. como se tivesse uma hora marcada para carpir as mágoas que lhe pesam no coração. inevitavelmente, acaba por pensar nelas enquanto reduz os alimentos a pequenos pedaços irreconhecíveis. às vezes deseja que a faca fuja e corte a sua carne. bem fundo, até macerar os ossos. imagina desgraças com instrumentos que usa todas as semanas. o seu sentido de auto-destruição primitivo a vir ao de cima, por detrás da aparência calma e ponderada com que cumprimenta o mundo. afasta esses pensamentos à medida que o odor lhe chega às narinas grandes e assimétricas. lembram-lhe sempre as personagens da banda desenhada com uma característica distintiva e inacreditavelmente real.

volta-se para a mais dura das tarefas. aquela que lhe lembra as guerras de outrora, nas quais animais mitológicos sempre tinham um papel de destaque. é contra eles que luta enquanto tenta que a harmonia volte ao cúbiculo. animais mitológicos, demasiado reais para o seu gosto. de aspecto tenebroso, capazes de levar à loucura o mais são dos homens. lentamente, mas com a determinação que caracteriza os soldados desconhecidos que sucumbem no meio da névoa, a sua missão chega a bom porto. as cicatrizes desta batalha mal terão tempo de fechar até que esta se repita, num ciclo mórbido que consegue prever mas nunca evitar.

as mãos ásperas. o trabalho terminado. tempo para retemperar forças...

outubro 29, 2005

overworked and uninspired

a(s) razão(ões) para não actualizar o blog.
e prevejo que não será tão cedo que sairá algo de jeito para aqui pôr, uma vez que esta segunda-feira tenho mais um lab meeting para apresentar.
considerando que o último foi a 12 de Setembro, que não faço ideia do que andei a fazer neste último mês e meio, que o meu principal projecto está ainda na corda bamba, que o meu segundo projecto não tem ponta por onde se lhe pegue, que o meu possível-futuro-projecto está relacionado com algo totalmente diferente daquilo que se faz no laboratório (se fôr para a frente será relacionado mais com imunidade inata em Drosophila, por oposição a apoptose...), que são raros os fins-de-semana que não ponho aqui os pés para fazer alguma coisa, que tenho mais trabalho que tempo para o fazer...

podia continuar, mas acho que já dá para ter uma ideia. o que vale é que no meio deste caos ainda tenho tempo para resgatar umas pérolas da biblioteca. assim que acabe de ler o "different seasons" do stephen king (finalmente li a história dos condenados de shawshank), é partir para a estrada com o jack kerouac e o "on the road"...

e o dia 16.XII está quase aí...

outubro 27, 2005

ligeiro regresso ao passado

mais precisamente a julho deste ano, para recordar a deafening tune #6. badly drawn boy e o seu "once around the block"...

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storyteller

sempre de olho nas letras impressas num qualquer livro. sempre lendo histórias que a transportavam para um universo de fantasia, onde (quase) tudo é permitido. nada é demasiado estranho. tudo plausível, porque o mundo foi, é e será sempre muito mais estranho que a ficção. todos os dias pensava em escrever um livro. todos os dias desistia da ideia. que poderia escrever? já não há ideias originais, pelo menos na sua cabeça pareciam não haver. ficava maravilhada com a forma como todos conseguiam passar para o papel o sentimento perfeito, o beijo perfeito, o pôr-do-sol perfeito. mesmo quando a história tocava em temas como a morte e a violência, era sempre capaz de ver a frase perfeita. ali mesmo ao canto da página 149. mas ela era incapaz de se sentar num lugar isolado e simplesmente escrever. nada saía. como se lhe tivessem rolhado as sinapses que controlavam os dedos, estes permaneciam imóveis durante horas.

transcrevia algumas para um caderno de argolas que pedia incessantemente a reforma. preso com um elástico para que as folhas que entretanto foram adicionadas não se escaparem. guardanapos, post-its, pedaços de extractos bancários. tudo servia para guardar aquele momento e aquelas palavras. muitas vezes chegava a andar nos transportes públicos com as mãos e braços cobertos de gatafunhos com excertos de livros que ia lendo. as pessoas olhavam de soslaio para ela, com o ar típico de quem sabe que encontrou alguém que "visivelmente, não bate bem da bola". ela nem reparava nos olhares de espanto. simplesmente sorria, repetindo para si as frases que escrevia. repetia as frases até que estas estivessem gravadas no seu cérebro. até que deixassem de ter significado e passassem a ser pura e simplesmente uma representação daquilo que achava belo.

sempre lendo histórias. até ao dia em que finalmente encontrou uma ideia digna de um livro. um conto que pedia para ser contado. alguém teria que o fazer, eventualmente. porque não ela? afinal de contas, ela seria sempre a melhor pessoa para o fazer. a vida era dela.

escreveu freneticamente durante meses. lutando contra o esquecimento de momentos passados há décadas. tentando ser justa em relação aos sentimentos do passado. procurando ser imparcial, mesmo para aqueles que a magoaram.

escreveu inúmeros capítulos. alguns eram pequenos e relatavam quase 20 anos da sua vida. outros eram enormes e descreviam apenas uma tarde na companhia de alguém especial. nessa altura percebeu como o tempo é relativo. e proporcional a quem o preenche.

escreveu toda a sua história. relatou toda a sua vida. só não pôs uma palavra no livro. recusou-se terminantemente a fazê-lo. parecia-lhe uma sentença, o seu coração batia mais devagar de cada vez que pensava nisso.

assim ficou o livro. terminado, pronto para ser lido. e sem fim...

outubro 26, 2005

a stranger in my own home

sometimes i wonder what would you think if you'd come upon this place. you'd probably think i'm not as sane as i look. you'd probably guess that i'm not as happy with life as i show. you'd be surprised to read all the words i wrote about you. surprised because i don't often say what i feel about you. even if i did, it wouldn't sound as good as the words i lay down in this virtual notebook. you know i'm not just what i do everyday. you know i can speak more when i have my mouth shut than most people.

despite the distance, i'm always thinking about all of you. thinking about new additions to the family, about your ageing, about everything that's going on there. wondering if i'll ever come back, if we'll ever have the conversations that have been left behind with the years.

and now i do understand the sacrifices you made.

outubro 25, 2005

the show must go on

"... antes de mais queria agradecer a toda a minha família. sem eles isto seria impossível"
[a multidão permanece impávida e serena, sem reacção às palavras proferidas. público difícil, este]
"sem mais demoras, aqui está o momento pelo qual esperaram durante tantos anos"
[o som do projector a arrancar sobrepõe-se sempre ao ruído de fundo]
"devo confessar que também estou curioso. é a primeira vez que vou ver isto com outros olhos..."
[pára de sorrir dessa forma estúpida. não adianta de nada. não vais conseguir convencer ninguém...]

[a película começou finalmente]
"esta parte deve ser interessante. não me lembro nada disto..."
[oh não! outra vez o sorriso estúpido... aquele ali do canto já não está a achar piada nenhuma]
(...)
"até que é engraçado ver as coisas assim. nunca pensei que a minha voz soasse assim. coitadinho de quem me aturava..."
[como a vida parece simples quando se é jovem]
(...)
"realmente, esta parte mais para o fim não tem tanta piada..."
[o peso do tempo quebrando os ossos cansados de tanto suportar o corpo envelhecido]
(...)
"bom... é isto. bem sei que não é grande coisa, mas não me cabe a mim decidir o meu destino. acabaram de ver aquilo que fiz com o tempo que me foi concedido no mundo."
[ninguém diz nada? não era suposto isto ser rápido? onde é que está a luz ao fundo do túnel?]
"como? ainda não é suficiente?"
[estão a brincar comigo?]
"voltar? como assim? não era suposto estar morto?"
[é melhor não discutir muito, senão ainda volto como alface...]
(...)
[uma palmada no rabo? que sensação estranha de dejá vu... deixa-me lá chorar que era isso que estava no guião anterior]
(...)

outubro 24, 2005

i'm always sleeping because i hear it everyday in my head

estendo-te a mão
palma para cima para que possas ler o teu nome nas linhas
toma-la nas tuas mãos e guia-la pelo teu corpo
tal como uma agulha dum gira-discos percorre todos os sulcos dum 33 rotações
estendo-te a mão
palma para cima para que possas ver as intersecções
para que possas prever o futuro
estendes-me a mão
tomo-a nos meus dedos
dedico-me a cartografar todos os milímetros quadrados de pele em constante renovação
estendo-te a mão
a medo
para que a agarres com força, para que a arranques do meu braço, para que nunca a largues
estendo-te a mão
as linhas pesam-me com a certeza do que se prepara
estendo-te a mão
mas já não estás ao meu alcance
estendo-te a mão
palma para cima para que possas ver as cicatrizes
continuo de mão estendida, esperando
preciso duma transfusão de vida
preciso duma (nova) razão para morrer

outubro 22, 2005

i'm a bloody mess...

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the odd lemming

parado diante do precipício. contemplando o vale coberto de neve. [o sangue seco nos flancos] vai recomeçar a dança. como uma macabra dança das cadeiras, na qual a inexistência de um local seguro equivale à morte. [todos, excepto ele] todos riram, antes. [incisivos aguçados penetrando a carne] nenhum ri, agora. [os corpos destroçados, as entranhas ensanguentadas no planalto] era ele o único, aquele que era diferente e, como tal, abandonado pelos restantes. [o orgulho traíu-os] abandonado também quando o esquadrão da morte devastou tudo e todos. [a diferença salvou-me] como será agora? [a selecção o dirá] salvar-me-á a minha côr de novo?

outubro 21, 2005

"your heart starts skipping steps..."

dreams of the past
turn into nightmares that taunt me
in sleepless nights
worsening my condition
i keep following the bright lights
and the pretty packages
building castles in the air
as hollow as their insides
and i keep forgetting what i have inside
this onion-like ball that governs my life
and the more i peel the layers
more tears race down my face

stop skipping steps!
i say it loudly within
but the walls dampen the sound
and all the old habits come back again
like a robot in a factory
repeating the same task
night after night

outubro 20, 2005

wisdom teeth, my ass!

mais uns dias com aquela sensação irritante de que a dentadura quer saltar cá para fora e não cabe dentro da boca... e juízo, nem vê-lo...

outubro 19, 2005

the ocean within

dive in. submerge yourself in the dark ocean within. you can't avoid getting caught up in the whirlwind of fears. waves of doubt come crashing down, dragging you closer and closer to a shore you cannot see. you struggle to come up for air, but it's like something has got a hold on you. grabbing your legs and arms. smothering you. no ships roaming these troubled waters. only sharks and beasts populate the deepest realms of this ocean. fierce and dangerously life-threatening. dive in. submerge yourself in the ocean within. don't come up for air, because it's all in your head.

harakiri

i can't even imagine the pain you're feeling right now. what are you supposed to feel or think when someone you love and presume you know decides to put an end to its journey in this spinning sphere? how do you cope with such a thing? how are you supposed to react? how do you get on with your life? how do you keep away the crushing guilt? the "i should have seen it coming" ringing in your ears? how do you bury someone you love? how does your heart resume its incessant beating? i sure as hell wouldn't like to know. it's painful enough to see you. it's painful enough to imagine it.

blimey!

mayor ken warns that London might me headed for a severe winter like in 1962/63. loss of lives expected and severe disruption of daily life. time to dust off the winter coat...

outubro 18, 2005

my lab is a black hole...

devo ser mesmo muito estúpido. só mesmo eu para me sentir entediado por não ter nada que fazer no lab...

outubro 17, 2005

"are you writing from the heart?"

no, the hand that holds the pen writing in this piece of paper is not controlled by the heart. every word is measured, carefully chosen by the grey matter swarming my head. words mean too much to be wasted. they hold a bigger power than one thinks. and when they flow straight from the aorta they reveal too much, they betray the feelings bottled up inside. no, i'm not writing from the heart. it's coming straight from the brain, because there's no heart in the receiving end of the words kept inside. frozen, like an ancient animal, extinct millions of years ago. mammoth words, with mammoth meaning, but devoid of soul and feeling for too long...

turist disguise

ontem, disfarcei-me de turista (o disfarce começou a ser preparado 4ª feira passada. surpreendentemente ninguém ficou horrorizado. só tiveram dificuldades para me reconhecer...) e passei a tarde no southbank (pelo menos enquanto havia luz decente e o frio não chegava aos ossos. mental note: já não é verão. dress accordingly...) a tirar fotos aos locais emblemáticos desta cidade que me acolhe. para quem não tinha pachorra para tirar fotografias, i've come a long way. ele é ver-me de máquina em punho a tirar a alma aos edifícios (o facto de ir sozinho é uma benção para a humanidade, porque desta forma a minha fronha não estraga a paisagem). por enquanto ainda não tenho lata suficiente para tirar fotos a estranhos na rua (desta vez foram mesmo só animais...), mas lá chegarei...

ps: este post está um bocado desconexo dado que o sono é muito (hoje nem ouvi o despertador e foram mais 40 minutos no vale dos lençóis). irei penitenciar-me durante o resto do dia...

outubro 15, 2005

deafening tunes #11

aka "the instant good mood generator". starting with the ridiculously big and strange title, this song has cheered me up these past weeks. nothing like a good chorus, a catchy tune and a hymn-like song to chase the worries away. or at least to distract my attention...

without further due, here's Sufjan Stevens and "come on! feel the illinoise! part i: the world's columbian exposition / part ii: carl sandburg visits me in a dream"

by the way, his entire album is excellent

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outubro 14, 2005

just add water...

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há quem tenha namorada(s). há quem prefira crescê-las...

até que nem está mal. só demorei quase 3 meses a usar uma das minhas prendas de aniversário... e fica mesmo a matar aqui no lab, com a sua côr rosa (bem melhor que a da imagem). com amigos que me dão prendas destas...

ironias do destino

é estranho quando se faz uma profissão de algo com o qual não se sabe lidar...

exclusive interview

depois de muita insistência, acedi ao convite do amigo zorze para uma entrevista sobre o porquê da minha estadia em londres.

zorze - "muito bom dia, doutor paulo ribeiro"

eu - "ora essa! trate-me por paulo. aliás, tecnicamente ainda não sou doutor. só daqui a uns anitos, quando acabar o doutoramento. ou deverei dizer se? venham de lá esses ossos e deixemo-nos de doutores para cá e para lá que isso é caganeirice que só se vê em portugal. lá é que todos insistem ser tratados por doutor, mesmo quando só têm uma licenciatura. aliás, aproveito para começar esta entrevista com uma estatística (os números impressionam sempre os leitores. e as gajas...). sei de fonte segura que cerca de 70% da população portuguesa tem como primeiro nome doutor. pelo menos é esse o primeiro nome que aparece no cartão de crédito e corrigem sempre alguém que os chama pelo nome próprio, entretanto relegado para a 2ª posição..."

z - "pois, muito interessante... mas não era bem isso que eu queria saber. estava mais interessado em saber a história da tua vida e, especificamente, o que te trouxe a londres, esta maravilhosa cidade"

e - "olha, também me faço essa pergunta frequentemente... se calhar é melhor começar por dizer que nunca soube muito bem o que é que queria ser quando fosse grande. continuo a não saber, mas já disfarço melhor. acabei por tirar o curso de biologia (mais concretamente biologia microbiana e genética) em lisboa. surpreendentemente, um curso que me ajudou muito nos anos que se seguiram. devo dizer que não foi de todo inútil. depois duma experiência "especial" durante o meu estágio, correspondente ao último ano do curso, decidi candidatar-me ao programa de doutoramento em biomedicina no instituto gulbenkian de ciência. nunca tinha ouvido falar do programa antes na minha vida (sempre fui um bocado clueless nestas coisas...), mas pelos vistos tinha (sim, porque entretanto já acabou, juntamente com a companhia de bailado...) e tem muito prestígio na comunidade científica. muito por culpa do velho síndrome do português emigrante que trabalha de sol a sol."

z - "mas porquê londres? porque não ficar em portugal?"

e - "quem diz londres, diz adis abeba, ulan bator ou salt lake city. basicamente podia ter ido para onde quisesse, fazer o que bem me apetecesse. dado que tenho o meu próprio financiamento, cortesia da FCT (muito obrigado!!!), os chefes dos labs para onde enviamos cartas ficam logo muito receptivos... como decidi que queria continuar a trabalhar naquilo que tinha feito no estágio (já lá vamos...), foi só passar umas boas horas na internet a procurar labs que parecessem, na teoria, bons sítios para fazer o doutoramento. a partir daí foi um instante. dum número inicial de 30 e tal labs, só 4 é que resistiram até ao fim. 2 em washington (terra do cabrão do jorginho) e 2 em londres. depois de os visitar, acabei por me decidir por este onde nos encontramos agora..."

z - "e então o que é que andas a fazer quando não estás a encanar a perna à rã?"

e - "bom, estou a estudar mecanismos de morte celular. isto é, estava até há duas semanas atrás, quando tive uma notícia muito interessante que provavelmente vai fazer com que o trabalho do meu primeiro ano vá com o c*r*lh*. epá, depois corta isto. não quero que as pessoas pensem que eu sou daqueles gajos que está sempre a dizer m*rd* e outras coisas que tais, porque até nem é verdade... passando à frente, estava (e ainda estou porque ainda há uma réstia de esperança...) a estudar como é que as células activam o programa de "suicídio" ou auto-destruição que carregam consigo nos seus genes. isto tudo porque só sabendo como é que as células morrem é que algum dia poderemos manipulá-las de forma a que não morram (para doenças auto-imunes e neurodegenerativas, por exemplo), ou para que morram só as que queremos que morram (caso do cancro). finalizo só dizendo que estou a fazer isto com a ajuda de um dos melhores modelos biológicos, a mosca da fruta (drosophila melanogaster para os amigos...)"

z - "pera lá, mas isto aqui não é um instituto de investigação em cancro da mama? desde quando é que as moscas têm mamas?..."

e - "acho que é melhor ficarmos por aqui... vamos mas é emborcar umas pints ali no pub e eu conto-te o resto da história..."

outubro 13, 2005

deafening tunes - new feature in ex patria...

já que a minha inteligência não é suficiente para pôr uma porra dum player na página (apesar dos sábios conselhos do amigo formicidae que aproveito para agradecer), de quando em vez, os mp3s correspondentes às deafening tunes que assolam o meu espírito terão um link ali do lado direito, mesmo por baixo do e-mail cá da casa...

pode ser que ainda consiga resolver este pequeno problema (da primeira vez não correu muito bem, dado que em vez de começar a tocar a música - como seria suposto - esta bosta ia directamente para a página onde está alojada. enfim, IT skills não é comigo mesmo. a não ser que me expliquem como se eu tivesse 4 anos...).

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bridge over river kwai in b

behold! beneath the bridge a bold betrayal brews. it will be blown to bits by brave beret-bearing soldiers blatantly trying to bring peace to the besieged rock under the burning sun. break the bare bones of that metal body. bring the bridge to the pit below, battered and bruised by billions of water droplets.

better hurry, history is placing its bets...

outubro 12, 2005

please remove all sharp objects from my vicinity...

... senão eu juro que não respondo por mim. uma semana de trabalho down the drain graças a um estúpido erro da minha parte. porque é que estas coisas acontecem sempre nas experiências mais complicadas? e porque é que me apercebo do erro 15 segundos depois de o cometer?

às vezes penso que o meu cérebro cada vez mais se assemelha a um quejo suíço...

ch...ch...ch...ch...changes...

slowly dipping my toes in the (still) calm sea of my soon-to-be-new-project. there's a glimmer of hope of keeping the old one, but it seems i'll have to start reading myself into innate immunity in the fly (i'd still rather be working in cell death, but i'll eventually have to get some results to get my phd...).

finalmente arranjei o adaptador para o carregador da máquina fotográfica. é impressionante o que uma faca de cozinha é capaz de fazer a um adaptador que inicialmente não servia... agora só falta o mais difícil que é arranjar direitos de administrador no meu mac para poder instalar o software. devo ter que subornar alguém...

after two weeks without ironing, we finally got a new iron at home. who would say a few years ago that i would enjoy (??) ironing and cooking? i must be a freak because nobody else does it. "what, you iron your clothes? freak...". "yes... (embarassed smile)..."

oh, i almost forgot. beard is back... (though not for very long)

outubro 11, 2005

what the vek am i always listening to lately?

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mask

your face is a wax mask you hold up against your head. hiding what's behind. covering up the ugliness inside. the hatred, depravation and evil that only come out when you're all alone. when you're behind closed doors and out of the prying eye of others. the things you dare not confess to anyone. is that what really defines you? who's the real you? is it the family man or the animal inside? one day the mask will fall off. and everyone will see you in your true form.

outubro 10, 2005

deafening tunes #10

there is still so much to see
there is still so much to do
i can't be more than half way through

i know i'm wasting precious time
but i'll take it in my stride
i gotta lotta things to put right

don't get upset
it's not my time yet
i aint saying my goodbyes

you can't take life out if me
you can't take it out on me
i know a good enough reason will come along

i can't tell you how it feels
aint no other way you'll heal
all these young men obsessed with death

don't get upset
it's not my time yet
i aint saying my goodbyes

Tom Vek - "i aint saying my goodbyes"

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outubro 08, 2005

it doesn't end with death

i keep on telling myself everything will turn up alright. but, honestly, i'm not sure anymore that's really true. i had it easy so far, but i keep wondering the rollercoaster i'm riding is in its plateau. stopped. on the verge of the steepest plunge ahead. and i don't know if i can cope with it anymore. i don't want to go downhill again. i've had that a long time ago. i hated the way i felt. i hated myself for thinking that way. i can still see the regret whenever i look in the mirror. it's the weight in my shoulders, breaking my back. and we've never talked about it. they say i was young, i didn't know any better. but i think i should have known. i can never apologize. i can never take it back. worst of all, i can never forgive myself.

microserf

plug the USB into my veins and transfer everything i need. it's virtual. it's conceptual. anything to escape the reality. immersed in the network i can blend in. sound normal. the screen takes it away and the screen gives it back. but it's only electrons and waves filling a space. you can't touch them or look them in the eyes. you can't. your losing your senses. one byte at a time.

outubro 07, 2005

enough, already!

odeio quando isto acontece. especialmente quando são pessoas de quem gosto que estão envolvidas. a maré de azar ou whatever-you.may-call-it do meu chefe prolonga-se. deve ser provavelmente um dos piores anos da vida dele. chegar ao mítico marco dos 40 anos, desenvolver uma crise de meia-idade, estar num processo de separa-não-separa da companheira de 13 anos e agora a morte repentina do irmão... dizem que um mal nunca vem só, mas isto roça o ridículo. basta!

outubro 06, 2005

"(...) i have always depended on the kindness of strangers (...)"

aqui fica o meu muito obrigado às pessoas que me vão dando palavras de ânimo nos dias menos bons.

agradecimentos especiais àqueles que não conheço pessoalmente e que, mesmo assim (por razões que me escapam...), se dão ao trabalho de perder tempo nestas paragens:

(por ordem completamente aleatória): zorze - o maior alienado da blogosfera. revolucionário e polémico autor do blog carinhosamente apelidado de "Love Boat blog" dadas as manifestações de apreço pela sua pessoa. o verdadeiro caça-talentos musical.

lótus azul - atreveria a dizer-me que és tudo menos uncool. quem me dera que a minha reciclagem mental deitasse cá para fora um décimo do talento e sensibilidade que extravasam nos teus textos.

maria lua - "O" (note the capital letter :P) verdadeiro sol de Londres. quase parece que brilha directamente para quem lê. continua a iluminar os dias dos habitantes desta sombria (mas encantadora) cidade.

...

quanto aos que me conhecem (e vocês sabem quem são), obrigado por me aturarem. ao menos agora é mais fácil porque estamos separados por muitas (e boas, pensam vocês) milhas... ;)

blind loyalty

i feel like a dog, sitting outside a house, waiting for an owner it has never seen before to come back...

outubro 05, 2005

spread the joy!

a pedido de muitas famílias (ok, foi mesmo só uma pessoa...), aqui estou para partilhar alguma da energia que transborda (sem qualquer motivo aparente) deste corpo cansado. talvez o meu inconsciente esteja a pregar alguma. considerando que há poucos dias bati no fundo (cientificamente falando) e que a recuperação se avizinha lenta e dolorosa, parece um contra-senso estar tão bem-disposto.

o que não é nada bom. que o digam os meus colegas de laboratório, que a esta hora devem estar a rogar pragas de terem aprovado a minha vinda para o lab em Abril do ano passado. mal sabiam o que os esperava... o assobio constante pelos corredores (há quem diga que é como o GPS para saberem sempre onde eu estou. e seguirem na direcção oposta...), a música constantemente saíndo do mísero altifalante do G4 (resultado do antigo sonho de ser uma estrela de rock), as más piadas (bem piores que as que digo em português), etc.

i'll spread the joy through music. com uma sugestão de um CD que descobri via Radar (saudades de uma das melhores rádios de Lisboa).

Sufjan Stevens e o seu "Illinois". ouvir "Chicago" e não ficar contagiado é impossível. a não ser que se seja surdo, é claro (até porque nesse caso não ouve...)!

já agora fica outra sugestão: Arcade Fire e "Funeral". um dos melhores álbuns de 2004. não muito conhecido em Portugal (penso eu. em Agosto ouvi pela primeira vez uma música deles na rádio quando já rodava incessantemente no meu lab, cortesia do Mark (único espécime inglês do sexo masculino)) mas absolutamente espectacular. extremamente uplifting apesar do título e de todas as músicas terem sido escritas devido à morte de familiares da banda. enfim, mais uma ironia desta vida...

what about getting a fuckin' life?

é esta a pergunta que me faço naqueles dias em que o refresh da inbox do mail é feito de 5 em 5 minutos... até estar mergulhado em trabalho é preferível a esses dias de deserto de ideias.

back to work... time to conjure up a new project and keep the defibrillator in the old one.

CLEAR!!!!

hoje estou num daqueles dias estúpidos com energia para dar e vender...

outubro 04, 2005

autophagy, anyone?

"...sorrow drips into your heart through a pinhole
just like a faucet that leaks and there is comfort in the sound
but while you debate half empty or half full
it slowly rises your love is gonna drown..."


um sério aviso à navegação...

progressive rockers (?) have hearts too

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soulless bodies leave no footprints

corpos desprovidos de alma não deixam pegadas por onde quer que passem. marionetas sem expressão, de olhos vazios e cabeça caída. amparadas pelos fios que convergem lá no alto. puxados por uma mão invisível, de contornos pouco claros, de vontade imperscrutável. pairando no ar, rodopiando uns à frente dos outros numa valsa silenciosa. sem nunca entrelaçar os fios. sem nunca chocar. um bailado diário ameaçando repetir-se até à exaustão.

given the chance, would they want to be real? leave the wooden coffin holding the emptiness that eats them from the inside. and start living life like they're supposed to. without a clue, like everyone else. and no strings attached...

outubro 03, 2005

in the moonlight

i walk along the empty corridors when the moon shines on the other side of the window. the sound of my thoughts is the only thing i hear for hours. my mind keeps drifting to places i don't want to go. i keep conversations with myself to avoid losing control. i can't lose the ability to communicate altogether. not that anyone is on the receiving end of most of my words. it's just that you never know when the next fox comes along in the road ahead. and the moon keeps looking at me with its inquiring eyes. forcing me to pick up the pen and paper and sing songs of praise for its ghostly glow. scribbling franticly in the moonlight. always in the moonlight...

outubro 02, 2005

sea men

intrepid voyagers venturing in the unknown. always clinging to each other on the way. a brotherly union prepared to roam where none or few have dared to go. propelled by a higher commanding force. inherently urged to push forward and wiggle their way around perilous encounters. bravely continuing their journey unaware of the choice ahead and their ultimate fate. thus are the sea men. timeless characters surrounded by myth. every other moment, one of them becomes a legend...

the logical plea

"dear his/its/our unlogical supposed decision-making centre,

please refrain from dictating your narrow view of the world on him/it/us. it is clearly not helping him/it/us reach the desired stability required for a proper completion of his/its/our purpose in this place. spare him/it/us from the flawed arguments of "the you knows best" and "the best eyes are your eyes". him/it/us will soon be tired of constantly creating false expectations of so-called "happilly ever after's" and wil end up you-broken. remember that him/it/us may subject you to long periods of isolation, far longer than the current one. please exercise caution in your future actions, as they will definitely affect him/it/us.

best regards,

his/its/our logical decision-making centre"